Vamos cuidar do consumo, galera... Muito complicada a situação...

São Leopoldo declara situação de emergência e institui rodízio

O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, assinou os decretos de situação de emergência e para instituir o rodízio do abastecimento de água no final da tarde desta terça-feira (6). A situação dramática do Rio dos Sinos exigiu a medida para evitar o desabastecimento da cidade. Vanazzi falou sobre a gravidade da situação. Ele ressaltou que a escassez de água no rio está prejudicando a captação. Ele citou o vazamento identificado nesta terça-feira pela manhã, devido ao desgaste de uma junta mecânica na adutora de água da captação em decorrência da grande quantidade de resíduos e lodo presentes na água bruta captada do rio. E não descartou que o problema pode ocorrer em outros pontos da tubulação. Vanazzi afirmou que a estiagem que assola o Vale do Sinos devido à escassez de chuvas é agravada pela retirada clandestina de água e pela captação de água para as lavouras de arroz. Em função disso, a prefeitura decretou o rodízio no abastecimento de água. De acordo com o prefeito, mesmo com a fiscalização intensificada através do Decreto de Uso Racional da Água, a medida foi necessária para garantir água para a população utilizar nas suas atividades essenciais. Vanazzi fez um apelo para a população evitar lavar carros e calçadas. ¿Precisamos melhorar os níveis de reservação para assegurar o abastecimento nessas condições do rio hoje¿, afirmou o prefeito. Com o decreto de situação de emergência, Vanazzi já busca adotar algumas medidas para enfrentar a situação, como o aumento da barreira de contenção na captação do Semae; colocar o arroio Kruse no seu leito original e ampliar a fiscalização da retirada da água do rio.

As ações decorrentes do decreto de situação de emergência serão coordenadas pela Secretaria da Defesa Civil, Gabinete do Prefeito e Semae. O ato aconteceu no Gabinete do Prefeito com a presença do diretor-geral do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae), Luiz Antonio Castro dos Santos, dos secretários municipais de Planejamento e Coordenação, Paulo Borba, de Comunicação, Claudia Corrêa, do Meio Ambiente, Darci Zanini, da Defesa Civil, Silomar Gomes, do procurador do município, Luiz Fernando Tronquini, do diretor-executivo do Consórcio Pró-Sinos, Julio Dorneles, entre outras autoridades e a imprensa

Como funcionará o rodízio no abastecimento:

O rodízio inicia nesta quarta-feira (7), pela região de cobertura pela região E, dos reservatórios Charrua e Morro do Espelho e na quinta-feira (8), a região A e assim sucessivamente. O plano de abastecimento elaborado pela equipe técnica do Semae divide a cidade em cinco regiões. A cada dia uma região diferente, seguindo a ordem das regiões A, B, C, D e E terá o abastecimento suspenso no horário das 7h às 15h. O centro e bairro Fião ficam fora do rodízio devido a rede de distribuição ser muito antiga e no caso de secar a tubulação o sistema poderá levar muito tempo para recuperar. O Hospital Centenário e postos de saúde terão prioridade no abastecimento. 

Sobre as regiões:

Zona A- Reservatório Scharlau: bairros Scharlau, Jardim Viaduto, Jardim Fênix, Santos Dumont, Parque Sinuelo, Bom Fim, Bráz, Vila Elza, Berger, Brasília e Glória, Três Marias, Vila União, Parque Itapema, Parque Panorama, Hohendorff, Santa Helena e Santo Augusto.

Zona B- Reservatórios Parque Campestre, Tancredo Neves, Vila Baum: bairros Campina, Arroio da Manteiga, Parque Campestre, Santa Marta, Tancredo Neves, Vila Baum, Jardim Luciana, Boa Vista e Rio do Sinos.

Zona C- reservatórios Vila Tereza (R1), Jardim Monte Carlo, Cohab-Duque, Lago São Borja (Barreiras): bairros: Vila Tereza, Vila Duque, Duque Velha, São João Batista, Vila Otacília, Vila Esperança, Unisinos, parte do Jardim América, parte do Morro do Espelho, parte do Cristo Rei e parte do Padre Réus, Monte Blanco, Barreiras, parte baixa da Vila Nova, Jardim Monte Carlo, Cohab Duque.

Zona D- reservatórios Jardim das Acácias, Cohab-Feitoria, Campestre Orpheu: bairros Jardim das Acácias, São Cristovão, Santo André, Vila Born, Campestre,Rio Branco, parte do Pinheiros, Pedro Arnaldo, Vila Seller, parte alta da Vila Nova, Apollo, Jardim Cora, Uirapuru, Cohab Feitoria.

Zona E- reservatórios Charrua, Morro do Espelho: bairros Charrua, São Miguel, Vicentina, parte Morro do Espelho, parte do Jardim América, parte do Cristo Rei, parte do Padre Réus, São José, parte do Rio Branco, Madezzatti, São Geraldo, Pinheiros, Imigrante e Independência.

Semae faz conserto na Captação de água bruta

Por volta das 6h30 desta terça-feira (6), o Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) identificou o vazamento de água na adutora de água bruta junto à Captação. O problema foi causado pelo desgaste na junta de vedação da adutora devido a um processo de lixiviação, ou seja, desgaste nas tubulações e juntas causado pela água, que entra com muitos resíduos e lodo, em função do baixo nível do rio. Por volta das 11h da manhã o nível do rio era 0,60 cm, no ponto de captação.

As equipes trabalharam na substituição da junta de vedação mecânica e retirada de um registro da adutora. A maior dificuldade do trabalho foi o acesso à tubulação que exigiu a remoção do terreno. O conserto foi concluído por volta das 20h. A produção da Estação de Tratamento de Água Imperatriz Leopoldina foi interrompida até o término do conserto. 

A produção da Estação de Tratamento de Água São José (ETA 1) funcionou normalmente. O diretor-geral do Semae, Luiz Antonio Castro dos Santos conduziu os trabalhos. O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, e o secretário municipal do Planejamento e Coordenação, Paulo Borba, estiveram no local.

Situação do Sinos é crítica e São Leopoldo inicia racionamento

Novo Hamburgo

  - O Rio dos Sinos segue mostrando sinais de esgotamento. Ontem, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, decretou situação de emergência em função de o nível estar em 60 centímetros na captação da companhia de abastecimento, enquanto o normal são 2,5 metros. Por causa da baixa do Sinos, houve rompimento de uma adutora nas bombas, deixando 50 mil economias sem água. Mesmo em situação igualmente desfavorável, Novo Hamburgo disponibilizou ontem um caminhão-pipa de 8 mil litros para levar água de um reservatório do Município até São Leopoldo.

O nível do Sinos em Novo Hamburgo permaneceu de segunda para ontem em 2,28 metros e a Comusa avisa que poderá ampliar o horário de racionamento caso a chuva prevista para esta semana não seja suficiente para amenizar a seca. Além disso, a Comusa também trabalha com a possibilidade de aplicação de uma sobretaxa para o consumo exagerado dos usuários.

Mutirão para sensibilizar a população

Para a conscientização da população, outra medida será iniciada amanhã em Novo Hamburgo. A Comusa fará, a partir das 9 horas, um mutirão em que todas as casas serão visitadas, os moradores abordados e receberão em mãos um folder especial, alertando para a situação do rio, e com dicas de uso consciente da água. Serão nove equipes e cerca de 80 pessoas. “Estamos começando pelo setor 1, que será piloto. Veremos a receptividade das pessoas e o ritmo da ação e faremos uma avaliação. Na próxima semana deveremos ir para um outro setor e continuar o trabalho. A ideia é abranger todos os cinco setores”, detalha o coordenador comercial da autarquia, Samuel Pereira.

3o AERADOR

Ontem, para melhorar a oxigenação do Sinos, o Instituto Martim Pescador passou o dia instalando mais um aerador profundo no mesmo ponto onde já existe um, a dois quilômetros da Ponte 25 de Julho, em São Leopoldo. Com esse, são três aeradores no rio. Todos foram emprestados pela empresa PSA e têm a função de movimentar a água, elevando assim o nível de oxigênio. De acordo com o presidente do Instituto Martim Pescador, Henrique Prieto, ao redor dos equipamentos a oxigenação aumenta em 100%.

TEMPO

A chuva que chegou ontem ao Estado e que pode seguir até sexta-feira não deve ser o suficiente para mudar o nível do Sinos. De acordo com a MetSul Meteorologia, nuvens carregadas provocam pancadas, que tendem a ser localizadas, com possibilidade de chuva forte e até risco de temporal em pontos isolados. Será precipitação típica de verão, com pancadas mal distribuídas e irregulares. A chance maior de precipitação é para hoje e sexta-feira. Há chance de chuva mais consistente para a primeira metade da próxima semana.

Sujeira do rio provocou decreto

“Só vamos decretar calamidade caso o nível do Sinos atinja 40 centímetros’’, afirma o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi. “O Semae nos apresentou um estudo técnico de todo o Sinos e o estudo apontou a dificuldade de captar água por conta da sujeira que está se acumulando nos sistemas operacionais, o que pode danificá-los. Em função da possibilidade de avaria desse sistema, decretamos situação de emergência’’, explica Vanazzi.

Tarcísio descarta calamidade

O prefeito de Novo Hamburgo, Tarcísio Zimmermann, diz que o Município não trabalha com a hipótese de calamidade pública. “Estabelecemos racionamento antes de São Leopoldo com um enfoque muito mais preventivo. Continuamos preocupados com o nível do rio, mas estamos sustentando o equilíbrio. A população atendeu ao nosso chamado e houve um reequilíbrio no consumo de água”, conta. Além disso, o prefeito afirma que, por enquanto, está descartado a aplicação de multas. “Seria muito difícil fiscalizar.”

PELA REGIÃO

A superintendente regional do Vale do Sinos da Corsan, Solange Peña de Vargas, diz que a situação do Sinos em Campo Bom, Estância Velha e Sapiranga está sob controle. “Não se pensa em racionamento e em outras medidas. Mas, pedimos sempre a conscientização da população com o uso da água”, diz.

O Rio Caí também está com nível baixo. De acordo com o chefe da unidade da Corsan de Montenegro, Fernando Azevedo Orth, o rio já está um metro e meio abaixo do normal. “Nossa vantagem é que nossas bombas estão junto com o Guaíba e estamos captando água 6 metros acima da tubulação. Não há risco de racionamento”, diz. Já o chefe da Unidade da Corsan de São Sebastião do Caí, Elton Luiz Ernzen, diz que a preocupação é grande. “O rio está muito baixo e o consumo muito elevado em função da estiagem. Não se pensa em racionamento, mas eventualmente por picos de consumo, não conseguimos atender todos os bairros”, afirma.